sábado, 29 de junho de 2013

Desisto

Aos poucos as sombras se afastam
E com elas, as sombras das portas;
Outrora abertas, agora lacradas
E de dentro os fantasmas riem.
Zombam de nós com tal frequência
De zunidos nos ouvidos, semi-surdos,
Ouvidos surdos não imploram aos pés de gigantes medíocres
- Quem dera que logo falhassem, deixando-me abandonado às traças.
Mas não se vão, porque precisam de mim,
Amaldiçoados e sujos tímpanos, tem necessidade de meu sangue!
De meus músculos, de minha força,
A força com a qual ajoelhei-me e me arrastei pelo teu quarto imundo.
...No lixo acumulam-se seringas.
O mérito dos dias bons.
"Se esses são os bons, que dirá os ruins?"
- As distrações não me enganam, são cálices cheios de álcool
E totalmente vazios de esperança.
Então é isso, o mundo melhor que me prometeram?
Jovens estrangulados em porta-malas de carros?
Jogar das janelas papéis picados, sujos de merda?
Desisto.
Nego à Ti, Deus, Nego ao Diabo e ao compromisso de ser amigo.
Porque me negam a perspectiva de vida.
Me negam, me negam, há anos,
E depois de tanto..
E só agora..
Desisto!

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