terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Reino do Ódio

O toque frio ecoa pelos escombros
Da cidade que faz do amor, fumaça rarefeita.
Parafusos e ossos derretem,
Escorrem sobre os olhos dos justos;
As máquinas rasgam os circuitos,
Fazem das entranhas, engrenagens
Para apontar para gênios e idiotas
Que o mundo já acabou há décadas.
Os fogos estouram para anunciar um novo ano,
Esta dádiva, O dom de Deus,
Agora encuba em suas costelas, o Ódio.
Os órgãos não alimentam, drenam.
O corpo rouba da alma, sufoca o espírito;
Esfrega-se em outro, esquálido, aidético,
Até fazer espuma, faísca.
Sombras se tornam maiores que Deus;
Do centro da Terra brota uma erva mesquinha.
Com olhos de águia e focinhos de lobo,
Os humanos em filas, pelo asfalto,
Fracos, sarnentos.
Calcanhares racham. Cotovelos esfolam.
Sorriem dentes podres e cospem saliva seca;
Degeneram-se de braços abertos.
Todos são bem vindos, no banquete do Novo Mundo.

"Quando a fumaça se dissipa no ar,
Não se sabe quem é máquina..
Quem é homem.."

Nenhum comentário:

Postar um comentário