segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eternamente Inamável

Dia chuvoso.
Desde o começo de minha vida,
O cinza destes céus tomaram-me nos braços.
Cresci; Trouxeram-me pela mão,
Inumerosos. Tanto que, muitos deles
Já foram apagados da memória de todos os seres.
Não me tornei amável ou fiz diferença,
Não sou especial.. Pelo contrário: Sou ainda o filho aleijado.
Acho que não bebi o suficiente hoje.
Não abri os olhos o suficiente
Pra que decorasse os traços de seu rosto,
Ou para encontrar as cores do seu cabelo num catálogo de loja.
Tocou meu rosto frio e pálido,
Apertou bem e disse: É agora!
Deus rasgará os céus para pisar em nossas cabeças!
Sempre te amei, desde o começo. O seu sorriso..
Você não quer morrer,
Quer viver outra vida que não a sua.
É algo que entendo. Faço parte da sua vida,
A chance de ela ser boa é, então, mínima.
Vai se convencer de que é necessário,
Ainda assim você não quer.
O mundo respira lá fora,
Somos egoístas demais pra ver isso,
Mas não no escuro. Não esta noite.
Preciso respirar aliviado, também;
Se eu pedisse pra cuspir em meus lábios, o faria?
Agradeço à todos os seres, o descaso que guardam por mim,
Com zelo nunca antes visto.
Meu espírito há muito já não vive,
Se coça na forma de um cão desgarrado;
E agora, sobra meu corpo;
Prostrado com maestria no seio da desgraça,
E Prova viva de que alguns nascem
Eternamente inamáveis.


"Você não pode entrar na minha gangue se não fumar"
"Eu não quero estar na sua gangue"
"Nem eu"

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