sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Promessa de Deus

Sopra a poeira de meus ossos serrados
Se perdem entre nuvens cinzas.
O amor esmagou minhas costelas,
Envolto ao silêncio que me assobia:
Meu estado é terminal, e estou perdido e sozinho.
Sento-me a beira de um abismo,
A marca dos pés desgraçados de um Deus, que
Desceu a Terra, se fez homem, e arrancou de mim os olhos.
Vês a distância entre Ele e um escravo?
É nula! Criaste-a como linha imaginária;
Por não ter olhos, agora enxergo com clareza..
Posso até prever o próximo passo!
:Aqui, entre as raízes que degeneram a Terra,
As máscaras perderão sua feição,
Filhos bastardos terão seus umbigos arrancados
E os animais enlouquecerão para sempre.
As árvores, em ato egoísta, caírão,
Cortarão os caules e cospirão carbono,
Disseminando câncer entre os filhos prediletos.
Ah.. Já posso ouví-las gargalhar com seus ramos
E fazer chacota enquanto órgãos falham.
Posso sentir gargantas à sufocar e os lábios à formigar...
E mesmo assim, em face do abismo e do apocalipse,
Muitos passarão por mim e dirão que estou insano,
Que nada disso existe, que sou uma farça, um ateu..
Logo proponho, agora mesmo, à estes o seguinte:
Fitem o olhar de um homem na rua,
E vejam nele o reflexo de um Deus sem alma.

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