domingo, 20 de janeiro de 2013

Casa Vazia

Não há vigília que satisfaça um monstro como eu.
Respirar ar rarefeito, sem trilhos,
A rotina que alimenta os dias dos desgraçados.
Tragar o vapor que emana de um asfalto pútrido
E que faz dos pais, outrora próximos
Fantasmas vagando por uma casa vazia,
A vigiar as correntes que amputam seus pés.
A depressão me desfigurou,
Não vejo como ser mais insignificante que isso,
Um inseto preso entre os fios de seu cabelo alaranjado.
Um amor de verme, que mal causa cócegas ou arrepios.
Poderíamos ter nosso peso medido,
Em pesadelos ridículos de crianças mimadas
E seríamos bem felizes assim, navegando águas rasas, inofensivas.
Mas as ervas dominaram todo o horizonte..
Nasceram. Sugaram a vitalidade da terra, enferrujaram.
E isto forma tudo que resta do futuro,
Eu, um idiota, atrelando correntes aos tornozelos,
E as montanhas cinzas que vislumbrava, mortas.

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