segunda-feira, 23 de abril de 2012

Solidão e Sal

As velas estendidas,
Velam os olhos inúteis.
Um cego, delirante
Tentando dançar algo peculiar
Mas como fazê-lo, sem luz?
As ondas tombam-nos.
As ondas zombam-nos.
São seus risos que ecoam na noite,
À beira da praia,
E nossos corpos exaustos nadaram em vão,
Tentando fugir de ficar no passado.
Tomo a alma que um dia havia aqui dentro
Faço à escorrer pelos braços,
O que é que sinto? Nada.
Barcos à deriva, somos nós dois,
Barcos à deriva..
E tendo à naufragar
Nesses mares de solidão e distância.
Solidão e Sal, tudo que resta.
Solidão e Sal, São rumo e são Deus.
E tendo a naufragar
Braços, alma e olhos inúteis.

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