sábado, 3 de dezembro de 2011

Limbo

Passada a hora do fim, observávamos um animal morto,
Vestidos com lama e munidos de sorrisos de palha.
-Queria me rasgar de dentro para fora
Disse ele;
- Não te amo mais - Ela respondeu;
Ininterrupto, ainda o discurso, continuara:
-Quero ver meus rins apodrecerem,
Enquanto meus verdadeiros músculos rasgam a pele,
E então, quando meus líquidos negros
finalmente escorrerem pelo abdome,
Irei correr o máximo que puder, até os joelhos partirem ao meio,
gritando o nome de Deus aos quatro ventos e rindo,
Cuspindo para fora de meu corpo oco a alma,
Engasgando em minha própria mesquinhez;
Observarás, Ainda de cima,
Com toda sua maldita graça de anjo arrogante
Rindo de minhas fraquezas,
Mas eu e minha baixa cabeça já estaremos enterrados.
-A última e mais tosca piada sem graça que sairá de tua garganta nojenta.
Então é sobre isso que você retrata,
em qualquer palavra de rancor e inferioridade que ousa em chamar de arte?
-Vocês me tratam feito uma criança deficiente
porque são incapazes de entender a mordaz dor que me aflige;
Não tocam minhas mãos magras, consumidas e frias
Quando meus medos dançam na podridão de meu quarto
E ainda cobrem-me com lençóis fedendo a cigarro barato.
Agora saia de minha casa e me deixe em paz;
Para que eu possa apagar a chama de vida que ainda mora em mim.

"Gotta give up on this netherworld
Gonna go up where the air is stale
And live a life of pleasantries
And mingle with the modern families

..This Limbo is no place.."

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