sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Onde Vivem os Humanos

Garotos imitando cachorros,
Notas de fuga ou suicídio em mesas de jantar
Outrora esquecidas por suas cores deselegantes.
O que há para me alegrar esta noite?
Sentar aos pés das cadeiras,
Como um gesto de piedade sem fim
Ou rebeldia em uma forma irônica.
E o que há por detrás dos montes,
Daquelas histórias de aventuras marítimas,
Eu nunca vou mesmo saber.
Não sou aventureiro da manhã,
Nem há nada mais à ser descoberto.
Alegorias de cabeças enormes,
Àqueles grãos congelados em neves fictícias
Todos já conhecemos as inúmeras faces da mesmice.
Desejaria-te uma mãe, para esta noite,
Chorando e de braços abertos para tua chegada,
Coberta da pele de outro animal qualquer;
Como um garoto imitando um cão,
Ou como coelhos com olhos machucados.
Mesmo assim, querida, devo partir,
Mesmo que precise de um abraço,
Mesmo que me falte ânsia de viver,
Devo construir uma grande fortaleza;
Vou unir todos os meus amigos,
Para só depois perceber que estou sozinho;
E então estarei pronto
Pra enfrentar os dias tal como são;
Monótonos, tristes, solitários...

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