terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Melancholia

Somos todos essas malditas marionetes;
Curvam-se as estátuas à nossa passagem,
Entoando cantos de derrota e requiéns;
Somos também pó de seus escombros.
O destino então nos deixa sem rumo -
Morando em estruturas ocas
à deriva de uma corrente que avassala
Todos os desejos mortos na "Belle Époque"
(O auge é sempre nos dado em forma de passado).
E as estátuas à que chamamos tolas e,
Frias por não se moverem,
Riem das alturas por não enxergarmos mais
Nenhum caminho coerente a seguir.
Ladeiras, derrotas, frustrações
Todo o lixo meticulosamente guardado
Dentro das costelas cansadas de nossos pais,
Agora despejados sobre nossas cabeças tortas.
E toda visão embaçada da fronte,
Fins de semana chuvosos em sua cidade natal,
Tão bem gastos quanto as moedas enroscadas em bueiros esquecidos,
Agora são só devaneios que se foram,
Quais aquelas quimeras da infância,
Onde as dores dos adultos,
Eram moscas presas em teias de aranhas assombrosas.
Me sinto perdido, totalmente deslocado,
A melancolia sempre deixa o amargo das cinzas na língua,
e a correnteza das sarjetas leva consigo meus sonhos;
Meus olhos no meio-fio esmagados, incapazes.
"Vamos lá, garoto! Vamos nos divertir, esta noite,
Nossa juventude descartada em maços de cigarro
E entorpecida em destilados baratos!"
Convenhamos,
Não se dá ouvidos à uma maldita marionete.

"Walking down another cold dark street
I'm waiting for dawn...

..The heat from the sewer gate don't warm my bed
The snow ain't cold anymore,
Feet are so cold from the holes in my shoes
The churches locked up their doors

But i don't care, go and push me away
You can't hurt me anymore..
Not anymore"

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