sábado, 22 de outubro de 2011

Infrutífero

Infrutíferos...
Nossos olhares.
Preces católicas,
Deficiências cruzadas;
Um garoto surdo
Em teu útero seco.
Tuas mãos gélidas
Tocam minha face descrente,
Já estamos velhos
e teus dentes
Ainda cravados em meus ombros.
Correm os ventos
Insatisfeitos...
A união de nossos passos
Em praia alguma
Em oceanos não desenhados,
Ou perspectivas cegas;
Praia alguma.
Meu coração tão poluído
Quanto as veias em teu peito.
Tua piedade me castiga,
Teus cordões umbilicais me sufocam
Dou a outra face,
Por uma espécie distorcida
De orgulho e de estima;
Mas ainda clamo:
'Salvem-me! Salvem-me de mim!'


"As the cowboy turns the gun to himself and sing: 'No one's alive' "

Um comentário: