segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nos Olhos do Garoto Morto

Contempla a Solidão com olhar sempre triste;
Por trás dos campos da vida, nasce uma noite de morte,
Isto é tudo que o garoto agora enxerga.
Sentado ao lado de cães e criaturas vis,
Mastiga o alimento de aspecto funesto,
Tentando saborear algum gosto em estar frente à frente com a angústia.
Tais visões do inferno, tais paladares tão horrendos
E agora esta Areia cortando as pálpebras...
Ó, Garoto! Queres mesmo acordar?
Lágrimas para o fogo que habitava os olhos,
Seres malditos à salgar sua alma descrente
Em um dia em que haverá uma razão para erguer a cabeça.
Contempla os sonhos como cadáveres nunca vivos,
Estiveram um dia tão frios quanto hoje?
Houveram dias ainda mais tristes que estes em que vive?
Deus sequer criou ser tão vazio quanto!
Sequer nasceram epocas de lábios tão secos e rachados!
E que rissem da criação de Deus, e sangrassem por existir tão humanos.
E nem vento vem soprar a poeira nos vãos dos ossos;
Nem tempestade limpar o sangue dos dentes;
Dos olhos alertas para ameaçadoras quimeras.
Quimera de ti é tu mesmo, garoto! Antes tua matéria putreface,
E caissem ao chão seus dedos duros se contorcendo!
Ó, olha só! Se foi aquele garoto...
Teias de aranha agora cobrem seu espírito inabitável,
E de cima das covas, mães cegas ainda gritam, aos prantos
Ó! Garoto Morto! Volta à Sorrir!
Ó! Garoto Morto! Volta à Andar!
Ó! Garoto Morto....

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