terça-feira, 5 de julho de 2011

De Joelhos, à Beira da Praia

Eu sinto muito, mesmo.
Sinto pelos dias em que deixei
que as águas do medo te engolissem
E à vi afogar, de longe,
Ainda com aquele desejo estranho nos olhos
De naufragar e nadar com feras aquelas
Enormes como as angústias joviais
Que atormentavam tua rara felicidade.
'Tudo há de perecer'
Me disseste naquele dia,
Afundando a cabeça dentro d'água,
Até que seus pulmões ficassem insuficientes.
E as lágrimas cobriram meu rosto infiel,
Ao ver teu corpo estático
"Acorde, querida! Acorde!"
"Eu imploro!"
Inutilmente supliquei, enquanto à olhava,
Fria e cadavérica,
Não mais minha, Mas agora, das moscas.
E na beira desta praia de frustrações
Fitei teus lábios, secos para sempre,
Mas sem poder beijá-los...
Eu estive lá! Sempre estive ao teu lado.
Quantas vezes, aqui, nos ajoelhamos,
Quantas vezes, aqui, morremos.
Nossa vida de desejos estranhos,
Baixa, sem nenhum horizonte visível.
Quanto rancor em nossas vidas de desejos estranhos!
E quantas razões para odiar minha existência.
Pelas vezes em que falhei; Infinitas.
Mas eu imploro: Me perdoe! Eu sinto muito...
Eu senti muito, todos os dias;
E Todo o ódio-próprio
Passeia por minha mente desesperada
Nesses dias frios.
Daria tudo para voltar atrás
Daria a vida para ter o que tive.
Tudo para não viver agora a vida de joelhos.
Sem mais ternura,
Nem esperança, nem desejos tortuosos.
Vejo o que restou aqui...
Eu e teu cadáver
E meu ódio, acumulado do teu.
À beira da praia,
Só este vazio e eu,
De joelhos, lado à lado.
Daria tudo para voltar atrás.


"Your love looks like blood tonight
In the shadows no one sees me cry
Your love looks like blood tonight
But this feels so right..
It hurts so bad to say goodbye"

"We fade to gray"

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