segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pelo Dia em que Maias Foram Assassinados sem Razão Alguma

Os olhos, negros, fitam uma nova fobia.
A água escorre a sarjeta.
Lixo aos ratos de esgoto que, fiéis, aplaudem em pé.
Entulho mediocre. Restos, escombros sociais.
Um sorriso quase que triste, frustrado.
Os lábios cortados; Um frio seco, impiedoso.
Faróis pelo asfalto. úmido, podre, fétido.
Olhares mais baixos. Próximos, observam.
Trilhos frios dos antigos trens permanecem imóveis. Inertes, aguardam.
Vidas desperdiçadas. Lembranças esquecidas.
Estado vegetativo, os sonhos amputados.
O escárnio. Zombaria.
A putrefação corrói a carne. Fingimento.
Tenta ser forte, se arrasta, resiste.
Uma nova forma de injustiça disfarçada.
Uma máscara colorida; Uma face monocrômica.
A queda é infinita. Ininterrúpta, alcança as escuridões mais profundas.
Caminhando com ruídos estranhos, os olhos ardem à luz.
Uma angústia de bolso.
Medo de temer. Tremer por medo.
Os músculos falham. Mortos, tristes, inúteis.
Agonizantes criaturas se arrastam. Caem, impossibilitadas de se reerguer.
Impiedosa, a noite cai.

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Hearts fail.
Young hearts fail and i don't know just why.



[Estava sem computador - Isso é quase que uma coletânea de idéias que tive durante essas últimas semanas.
Pode parecer sem nexo, mas possui. E muito.
Recomendo ouvir Joy Division, mais uma vez, estou ouvindo]

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